Home / HomePage / Poemas recomendados
Page options

Poemas recomendados


GREGÓRIO DE MATOS

GUERRA & POESIA

 

Gregório de mato guerra & poesia

Gregório marco zero da poesia brasileira

Grego  rio abaixo mero gozador

Gregor herança basca maior da colônia

Gregório de baixo calão e alta escala

Gregoriano barba e bigode, bode, espingarda

Gregongório bravo que nem o diabo pode.

Joaquim Branco


O quarto motivo da rosa

Cecília Meireles

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

 

VIDA TODA LINGUAGEM

 Mário Faustino

 Vida toda linguagem,

frase perfeita sempre, talvez verso,

geralmente sem qualquer adjetivo,

coluna sem ornamento, geralmente partida.

Vida toda linguagem,

há entretanto um verbo, um verbo sempre, e um nome

aqui, ali, assegurando a perfeição

eterna do período, talvez verso,

talvez interjetivo, verso, verso.

Vida toda linguagem,

feto sugando em língua compassiva

o sangue que criança espalhará – oh metáfora ativa!

leite jorrado em fonte adolescente,

sêmen de homens maduros, verbo, verbo.

Vida toda linguagem,

bem o conhecem velhos que repetem,

contra negras janelas, cintilantes imagens

que lhes estrelam turvas trajetórias.

Vida toda linguagem –

                                   como todos sabemos

conjugar esses verbos, nomear

esses nomes:

                        amar, fazer, destruir,

homem, mulher e besta, diabo e anjo

e deus talvez, e nada.

Vida toda linguagem,

vida sempre perfeita,

imperfeitos somente os vocábulos mortos

com que um homem jovem, nos terraços do inverno, contra a chuva,

tenta fazê-la eterna – como se lhe faltasse

outra, imortal sintaxe

à vida que é perfeita

                                   língua

                                               eterna.

 

(in O homem e sua hora. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1955, p. 24)


    Post a comment

    Your Name or E-mail ID (mandatory)

     

    Note: Your comment will be published after approval of the owner.




     RSS of this page

    Author: terezila   Version: 1.5   Last Edited By: Guest   Modified: 19 Mar 2011